Percurso Pedestre - Caminho para a Batalha Real
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Tipo de percurso: pedestre, linear
Extensão aproximada: 7 Km
Duração aproximada: 3 horas
Ponto de partida: Praça da República (junto à Câmara Municipal de Porto de Mós)
Ponto de chegada: Campo Militar de S. Jorge - CIBA
Tipo de piso: Calçada, estrada, caminho de pé posto, estradões.
Grau de dificuldade: baixo
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Precauções e Normas de Conduta
Código de Conduta do PNSAC: codigo_conduta_pnsac
“A batalha, mais do que entre os exércitos em presença, punha frente a frente os dois Reinos. Por isso, nela participaram ambos os Reis, e muitos lhe chamaram BATALHA REAL”
BESSA, Carlos Gomes, e BARATA, Themudo, Conferência na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, 23 de Maio de 1985, no Ciclo Comemorativo da Batalha de Aljubarrota. MARTINS, A. de Oliveira, A vida de Nun’Álvares, Guimarães Editores, Lisboa, 1968.
AzimuteREVISTA MILITAR DA INFANTARIA, EPI, N.º 187 – Agosto 2009
Descrição:
Com ponto de partida na Praça da República, junto aos Paços do Concelho, o percurso “Caminhos da Batalha Real” convida os visitantes a fazer a recriação do trilho percorrido pelas Tropas de D. Nuno Álvares Pereira, em direção aos Campos de São Jorge, onde se deu a Batalha Real que havia de dar a independência ao Reino de Portugal, então sobre o domínio de Castela, a 14 de Agosto de 1385.
“Albardar” é a ordem que dá o mote para iniciar o percurso, que segue para o Castelo de Porto de Mós, onde pernoitaram as tropas portuguesas na véspera da batalha.
Descendo pelas ruas de calçada, rumo a Cruz do Sabugueiro, é possível admirar o mural que recria a descida das tropas. Um monumento imponente que faz do ferro o espelho da história.
Continuando a demanda, atravessa-se a histórica Ponte Rio Cavaleiro, em direção aos campos agrícolas da Mandanha, até à Rua das Quintas.
O percurso termina junto às “bocas do lobo”, nos Campos de São Jorge, no Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota.
Pontos de Interesse:
Praça da República:
A Praça da República é, actualmente, uma montra da tradicional Calçada Portuguesa. Catorze brasões das diferentes freguesias do Concelho, feitos em pedra de calçada pelas mãos dos calceteiros locais, estão nela representados, ilustrando a capacidade decorativa deste tipo de arte, levado além-fronteiras.
A outrora Praça de São Pedro, devendo o nome à antiga Igreja de São Pedro que aí se localizava, mantém o desenho central original, datado do ano de 1890.
Ao longo dos tempos, esta praça foi o palco central do quotidiano dos Portomosenses recebendo os mercados sema-nais e constituindo-se como um ponto de passagem obrigatório, pois em seu torno foram crescendo os principais edifí-cios da vida civil local, como o edifício dos Paços do Concelho, antigo Tribunal Judicial e Casa de Repartições Públicas.
Sem a centralidade de outros tempos, a Praça da República, onde está inserido o monumento das Mós, merece uma visita atenta.
Castelo de Porto de Mós:
D. Nuno Álvares Pereira avança para Porto de Mós, onde permanece nas noites de 12 e 13 de Agosto, com o intuito de fazer um reconhecimento detalhado a todo o terreno que ia de Porto de Mós às imediações de Leiria.
Terá sido no Castelo de Porto de Mós, espaço que é monumento nacional, que se delinearam os últimos pormenores da arrojada táctica do quadrado, que viria a dar a vitória aos Portugueses contra um exército muito superior, em número, ao seu, garantindo a independência de Portugal face a Castela.
Ainda antes do alvorecer do dia 14 de Agosto de 1385 (nesse dia o raiar da aurora deu-se à 3h37 e foi dia claro às 4h48), a hoste portuguesa levantou o arraial de Porto de Mós e percorreu os 8 km que a separam do planalto de São Jorge, onde se veio a colocar, para travar a batalha.
Obra arquitetónica de características singulares, o Castelo de Porto de Mós, erguido sob os escombros de um posto de vigia romano, acumulou ao longo dos séculos influências militares, góticas e renascentistas assentes numa estrutura pentagonal com torreões de reforço nos ângulos, apesar de, atualmente, resistirem apenas quatro. Os dois torreões que compõem a fachada principal são ornamentados por duas cúpulas piramidais, com acabamento de cerâmica de cor verde.
Inicialmente uma fortaleza de índole árabe, o papel do castelo de Porto de Mós foi flagrante durante o período da conquista cristã. Após sucessivas guerrilhas entre portugueses e mouros, em 1148, D. Afonso Henriques, auxiliado por D. Fuas Roupinho, acaba por tomar a vila e vencer as tropas sarracenas, comandadas pelo rei Gámir de Mérida.
Neste contexto, o castelo é posteriormente entregue a D. Fuas Roupinho, que se viria a tornar no primeiro alcaide da vila de Porto de Mós.
No reinado de D. Dinis, a fortaleza recebe importantes obras de beneficiação e em 1305 é concedida a carta de foral à vila de Porto de Mós, que há data, já se tinha constituído concelho.
Como prova da importância da vila, no contexto nacional, D. Dinis oferece Porto de Mós a sua esposa, Rainha D. Isabel.
Em 1385, o castelo de Porto de Mós volta a desempenhar um papel decisivo naquele que viria a ser um marco na história de Portugal, a Batalha de Aljubarrota, ao albergar as tropas de D. João I e de D. Nuno Álvares Pereira nas noites anteriores à batalha, durante as quais foram planeadas as estratégias de guerra que viriam a dar a independência definitiva ao país.
Após o falecimento de D. João I, o domínio do castelo foi legado à sua filha e genro, os Duques de Bragança, e por hereditariedade ao seu neto D. Afonso, 2º Duque de Bragança, 4º Conde de Ourém e 1º Marquês de Valença, também neto do condestável Nuno Álvares Pereira.
Foi nas suas mãos que a estrutura medieval deixaria de ser uma atalaia para passar a ser um palacete residencial.
Durante a segunda metade do século XV, D. Afonso, homem culto e viajado, sob fortes influências renascentistas que começavam a despertar na Europa, inicia obras de recuperação no castelo, visíveis até aos dias de hoje, que posteriormente os seus descendentes conservaram e ampliaram.
No século seguinte, D. Manuel volta a dar alcaidaria ao Duque de Bragança, sucessor de D. Afonso, que faz novas intervenções.
No entanto, os abalos sísmicos sentidos em 1755 viriam a destruir uma parte do castelo. Posteriormente, em 1936, tem lugar a primeira intervenção de recuperação do monumento. Ao longo do tempo mais forem sendo feitas, sendo que a última, em 1999, permitiu ao castelo ostentar novamente o brilho que sempre lhe foi característico.
O Castelo de Porto de Mós está classificado, desde 1910, como Monumento Nacional.
Preçário:
Visita - € 1,51
Desconto de 50% para os jovens até aos 25 anos e idosos com mais de 65 anos,
mediante a apresentação de bilhete de identidade, cartão de cidadão, cartão jovem ou passaporte - € 0,75
Desconto de 20% para grupos com 30 ou mais elementos - € 1,21
Gratuito para crianças com idade inferior a seis anos
Hórario:
De outubro a abril – 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00
De maio a setembro – 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00
Encerramento: Segunda-feira
Mural:
Depois de pernoitar no Castelo de Porto de Mós, D. Nuno Álvares Pereira avança, por este trilho, rumo aos Campos de São Jorge e enfrenta as tropas castelhanas, vencendo o conflito que permitirá afirmar Portugal enquanto nação livre e independente.
É da autoria do escultor Paulo Honorato a representação da descida do exército português em direcção ao palco da Batalha Real.
Ponte do Rio Cavaleiro:
O Património Histórico, Arqueológico material e imaterial é uma realidade viva que urge classificar e conservar para usufruto dos cidadãos em geral e que só tem significado quando relacionado com pessoas e comunidades. Neste contexto, a Câmara Municipal de Porto de Mós propôs a classificação da Ponte de Rio Cavaleiro como Imóvel de Interesse Público, atendendo às características ímpares que apresenta, nomeadamente, o topónimo “Ponte do Rio Cavaleiro” surge, pela primeira vez, num documento datado dos finais do séc. XIV. Esta construção é constituída por dois arcos de volta perfeita, de aduelas estreitas e alongadas em pedra calcária aparelhada, apresentando nas suas faces externas “marcas de canteiro”, cujas características apontam, em princípio, para duas cronologias temporais – uma medieval e outra pós-medieval, talvez contemporânea da construção da abóbada da cisterna do Castelo de Porto de Mós e, como tal, numa fase intensa de intercâmbio de Mestres Canteiros, entre a Batalha e Porto de Mós. Outro dos aspetos relevantes na caracterização desta ponte prende-se com o facto de junto do local onde se ergue esta construção hidrológica, existir o topónimo “Ponte de Pau” que poderá aludir a uma construção anterior efetuada neste tipo de material e com uma cronologia espaço-tempo muito mais longa. Há, ainda, a considerar que a Ponte do Rio Cavaleiro tem um “aparelho de construção e um quebra-mar”, dos únicos ainda existentes a nível da Península Ibérica.
Capela de São Jorge:
Lenda da Bilha de São Jorge: Conta a lenda que, chegadas as tropas a São Jorge, e após busca uma infrutífera por água, Antão Vasques desceu do cavalo e ajoelhou-se na terra escaldante. Dos seus lábios ressequidos subiu uma oração:
- Senhor meu Deus! Dizem que cada um de nós tem um Anjo da Guarda! Por tudo vos peço que me envieis o meu Anjo com um pouco de água!
E nesse mesmo instante, como uma miragem, Antão Vasques viu surgir, avançando para ele, uma graciosa camponesa com uma bilha de água na mão.
Assim, no sítio onde a camponesa surgiu com a cantarinha, D. Nuno Álvares Pereira mandou erguer a capela de São Jorge. E ainda hoje, em memória do extraordinário acontecimento, lá está sempre uma bilha de água, para dar de beber a quem passe e tenha sede.
A Batalha Real:
O Campo Militar de São Jorge foi o cenário de uma das mais importantes batalhas da história de Portugal. A Batalha Real, dita de Aljubarrota, constituiu um episódio decisivo na afirmação da soberania nacional, bem como uma das mais relevantes batalhas medievais europeias, sendo uma das poucas na Europa onde é possível reconstituir o posicionamento das tropas. Diversas escavações arqueológicas, iniciadas por uma campanha que decorreu entre 1958 a 1960, e retomadas nos anos 80 e 90 e ainda em 2003 e 2004, permitiram encontrar 830 "covas de lobo" ou armadilhas escavadas, dispostas em quarenta filas, uma grande fossa com cerca de 182 metros de extensão e outras menores, para além de um fosso construído já depois da batalha, para prevenir o regresso dos castelhanos e restos de ossadas de humanos e das suas montadas, que poderão estar relacionados com a batalha. De facto, Aljubarrota constitui um dos exemplos mais significativos da história dos sistemas e dispositivos tácticos utilizados na europeu de finais da Idade Média.
Junto ao campo militar existe uma capela, originalmente dedicada à Virgem, cuja construção se iniciou em 1393, e que traduz o agradecimento pela vitória de Portugal, expresso igualmente no Mosteiro da Batalha, levantado a partir de 1388. Ao lado da capela fica o novo Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, adaptação do antigo Museu Militar.
Morada:
Av. D. Nuno Álvares Pereira, nº 120, São Jorge
2480-062 Calvaria de Cima
Contactos:
Tel: 244 480 060
Fax: 244 480 061
E-mail: info.geral@fundacao-aljubarrota.pt
Site: www.fundacao-aljubarrota.pt
Horário:
Encerramento: Segunda-feira e nos feriados de 25 de dezembro, 1 de janeiro e 1 de maio