Porto de Mós acolheu I Congresso Internacional sobre Crianças e Jovens com Necessidades de Saúde Especiais, na escola.
área de conteúdos (não partilhada)O Cineteatro de Porto de Mós foi palco, nos dias 1 e 2 de julho de 2025, do I Congresso Internacional “Crianças e Jovens com Necessidades de Saúde Especiais em Contexto Escolar”, um evento pioneiro em Portugal que reuniu cerca de 200 participantes de Portugal continental e ilhas.
O congresso teve como principal objetivo debater os desafios atuais e futuros da inclusão e apoio a crianças e jovens com necessidades de saúde especiais (NSE) na escola, abordando temas como o rastreio, encaminhamento e acompanhamento destes alunos, bem como a apresentação dos primeiros resultados do estudo de prevalência de NSE em contexto escolar, no âmbito do projeto multicêntrico (Leiria, Guarda, Figueira da Foz, Lisboa, Ilha de São Miguel e Brasil), coordenado pela Professora Eva Menino do IPLeiria.
A iniciativa destacou-se pela sua abrangência, reunindo especialistas nacionais e internacionais das áreas da saúde, educação e inclusão, incluindo representantes do continente, Açores e Brasil. Entre os oradores estiveram Gisela Leiras (Coordenadora do Programa Nacional de Saúde Escolar), Ana Granadeiro (Coordenadora Regional dos Açores do Programa de Saúde Escolar), Filomena Pereira (consultora internacional UNICEF e World Bank), Gregória Von Amann (perita na área da Saúde Escolar), Hermínio Gomes (Ordem dos Enfermeiros), Maria Pires (ICBAS-UP, ESSCVP-Lisboa), além de investigadores do Brasil e Espanha, entre outros.
O programa contemplou ainda a apresentação de estudos regionais e nacionais sobre a prevalência de NSE em diferentes regiões, com contributos de profissionais de saúde, docentes, psicólogos, terapeutas, assistentes sociais, educadores de infância e estudantes, vindos de mais de 30 localidades e regiões como Leiria, Porto de Mós, Lisboa, Alcobaça, Óbidos, Loures, Batalha, Coimbra, Pombal, Barreiro, Santarém, Marinha Grande, Setúbal, Torres Novas, Montijo, Rio Maior, Caldas da Rainha, Paços de Ferreira, Entroncamento, Benedita, Porto, Palmela, Nazaré, Peniche, Figueira da Foz, Lousã, Oeiras, Alcanena, Salvaterra de Magos, além de Ponta Delgada (Açores).
Entre os grupos profissionais presentes destacaram-se: enfermeiros (incluindo especialistas em saúde comunitária, saúde mental, reabilitação e saúde infantil), médicos, psicólogos, docentes de ensino superior e educação especial, terapeutas da fala, higienistas orais, assistentes sociais, educadores de infância, técnicos de saúde ambiental, técnicos superiores de recursos humanos, mediadores culturais, investigadores e estudantes de enfermagem.
As temáticas debatidas incluíram a evolução da saúde escolar em Portugal, educação inclusiva, competências em enfermagem de saúde escolar, desafios multidisciplinares, estratégias de referenciação, e a importância de redes intersetoriais para a promoção da saúde e inclusão escolar.
O congresso foi organizado por uma comissão científica e organizadora multidisciplinar, com o apoio do Município de Porto de Mós, que se associou a esta causa, reforçando o papel da escola enquanto espaço privilegiado de promoção da saúde, inclusão e cidadania.
O sucesso da iniciativa reforça Porto de Mós como local de referência nacional na promoção do debate e da inovação em saúde escolar e inclusão, contribuindo para a construção de uma escola mais justa, inclusiva e preparada para responder às necessidades de todas as crianças e jovens.
Porto de Mós também aderiu ao projeto. Responderam ao questionário, pais de 411 crianças e jovens, dos 3 aos 18 anos, oriundos de diferentes ciclos de ensino. A faixa etária mais representada foi a dos 10 aos 14 anos (52,8%), com uma média de idades de 12,28 anos (DP=0,73). A prevalência de crianças e jovens com NSE foi de 23,1%, significando que aproximadamente 1 em cada 4 crianças na escola tem uma NSE. Destas crianças com NSE, 77% fazem uso regular de medicação.
Em suma, este estudo oferece uma caracterização atual e localizada das NSE em contexto escolar em Porto de Mós, fornecendo dados essenciais para fundamentar intervenções educativas e de saúde mais eficazes e contextualizadas, e reforçando a importância de aprofundar esta investigação noutras regiões do país.