Porto de Mós associa-se às Comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões
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O jornal Público e a Editora A Bela e o Monstro, no âmbito do aniversário de Luís de Camões, apresentaram a iniciativa de criar um ciclo comemorativo da Língua Portuguesa e, ao mesmo tempo, dos 500 anos do seu nascimento, que se concretiza numa GRANDE EDIÇÃO DE “OS LUSÍADAS” COMENTADA E ILUSTRADA (em total liberdade) por escritores e artistas plásticos de todos os países onde se fala português.
O Município associou-se a este projeto de âmbito nacional, promovendo-o e, através dele, visa alocar a Porto de Mós uma série de iniciativas culturais como é já exemplo a exposição “Onde a Terra se Acaba”, a decorrer na Central das Artes, até 27 de julho.
Para além desta atividade, está prevista a concretização de uma mega exposição, a decorrer no ano de 2026, que resultará do trabalho realizado por artistas e escritores ao longo da publicação dos 10 fascículos que completam esta coleção. A mostra decorrerá nas várias salas da Central das Artes e incluirá encontros com artistas e escritores, visitas guiadas e ações culturais diversas.
Para já, fica o convite para acompanhar o projeto e a coleção que poderá ser adquirida ou visitada na Biblioteca Municipal de Porto de Mós.
Este projeto é, de facto, uma forma de celebrar os 500 anos de Camões, revisitando a língua portuguesa e os territórios que a moldaram. “Os Lusíadas” aqui não são um testemunho do passado, mas um campo aberto a novas leituras que obriga à revisitação da língua portuguesa e das geografias que a percorrem, confrontando-as com as suas fronteiras, os seus ecos e as suas metamorfoses.
“Os Lusíadas”, enquanto texto fundamental, não se esgota na memória dos feitos passados: é antes um espaço de tensão e releitura, um lugar onde o tempo histórico se encontra com a matéria viva, com a imaginação.
Esta edição especial, concebida em fascículos – com a autoria e coordenação científica da prestigiada Camoniana Isabel Almeida e que conta com a colaboração e curadoria de Luís Gomes, livreiro alfarrabista da Artes & Letras, e de Ricardo Barbosa Vicente (artes plásticas) – parte dessa premissa para propor um outro tipo de viagem. Pretende-se que cada um dos seus dez cantos seja apropriado, ilustrado, que contamine o olhar singular de um escritor e de um artista plástico dos diferentes territórios onde a língua portuguesa se fala e escreve. Aqui, não se trata de seguir ou reforçar a narrativa camoniana, mas de a reativar, de a pôr em diálogo com formas, gestos e expressões que pertencem a outras latitudes e a outras memórias.
Sinopse do projeto:
Através do convite a duplas criativas de escritores e artistas plásticos, queremos homenagear Camões, “Os Lusíadas” e a língua portuguesa em toda a sua extensão geográfica, material e imaterial. Afonso Cruz e António Faria (Portugal); Anxo Angueira (Galiza); Luís Bernardo, Honwana e Eugénia Mussa (Moçambique); Yao Jingming e Ana Jacinto Nunes (Macau); Conceição Lima e René Tavares (São Tomé e Príncipe); José Luiz Tavares e Yuran Henrique (Cabo Verde); Ernesto Dabó / Odete Semedo e Nu Barreto (Guiné-Bissau); Vimala Devi (Teresa da Piedade de Baptista Almeida) / Ave Cleto Afonso e Subodh Kerkar (Goa); Ana Paula Tavares e Cristiano Mangovo (Angola), Alexei Bueno e Cássio Markowski (Brasil); Luis Cardoso de Noronha e Gabriela Carrascalão (Timor) e José Pires Laranjeira (posfácio), foram convidados a imprimir a sua visão sobre “Os Lusíadas” – em texto e imagem. Não tanto para escrever ou ilustrar uma epopeia marítima, mas para interferir nela, desdobrá-la e recriá-la na sua própria linguagem. O que se constrói aqui não é uma homenagem cristalizada, mas um corpo em movimento – um conjunto de visões fragmentadas, que sublinham tanto o rigor do texto camoniano como a sua capacidade de ressonância no presente.
Esta edição não se encerra nos fascículos. Se “Os Lusíadas” são uma viagem, esta também deve ser uma publicação que não termina em si mesma. O projeto prevê a passagem para espaços expositivos, num processo de contaminação que prolongue e desdobre estas apropriações artísticas.
Como a epopeia camoniana não é um relato fechado, mas um movimento feito de encontros e ruturas, esta edição quer prolongar-se para além dos seus limites físicos, assumindo-se como um espaço de pensamento e de criação.