Peça do Mês de Novembro
área de conteúdos (não partilhada)Denominação: Avental de “Sopeira”
Datação: Anos 40 séc. XX
Material: têxtil
Doadora: Felicidade de Jesus Borralho
No dia 3 de novembro comemora-se “O Dia da Dona de Casa”. Apesar de ser uma efeméride pouco conhecida, esta data é celebrada globalmente, tendo subido de popularidade com o passar dos anos. Assume como objetivo reconhecer aquele que foi o padrão vigente durante muitos anos e, por isso, importa destacar o esforço que na maioria dos casos, tradicionalmente, cabia às mulheres - o de tornar uma casa num lar, um espaço de família.
Não há certezas sobre a origem deste dia, embora se acredite que terá sido uma dona de casa anónima a criar a data, dispensando os louros. A data acabou por ganhar contornos mundiais com o passar dos anos, e destaca o papel que tradicionalmente foi sendo desempenhado por mulheres, servindo de lembrança para todos os homens e filhos para apreciarem e mimarem a mulher da casa que tanto faz por eles.
Para comemorarmos esta data, apresentamos um avental usado, não por uma dona de casa, mas por uma criada de servir (as chamadas “sopeiras”). Isto para as donas de casa das famílias abastadas à época, que tinham nessas criadas as tarefas que eram variadas e podiam incluir a limpeza da casa, a preparação e serviço de refeições. E também o cuidado das crianças e outras tarefas domésticas, dependendo da dimensão da família e das suas necessidades. Nos anos 40 do séc. XX, um número significativo de mulheres, que se encontravam numa situação económica vulnerável, recorreu ao trabalho doméstico por falta de alternativas. Moças de cerca de 16 anos (às vezes menos), oriundas de famílias humildes de aldeias e vilas, abandonavam a casa dos pais à procura de uma vida melhor indo para as cidades trabalhar, tendo como objetivo servir em casa de uma família rica. E lá ficavam vários anos. Tinham jornadas de trabalho longas e exaustivas, com salários baixos e poucas regalias. A sua vida era definida pela residência dos empregadores, onde frequentemente dormiam e comiam, o que limitava a sua liberdade e vida social.
Os fatos de criadas de servir eram geralmente simples e práticos, nalguns casos uniformes, sendo os mais comuns vestidos de manga comprida, usados com um avental branco e uma touca ou coifa. O objetivo principal era ser discreto, funcional e permitir a movimentação.
O avental branco era um elemento fundamental, era um símbolo de limpeza e era trocado e lavado com frequência.
Museu Municipal de Porto de Mós

