Peça do Mês de Dezembro
área de conteúdos (não partilhada)Denominação: Oratório
Autor: João Lopes (1826 - 1905)
Datação: Séc. XIX
Materiais: Madeira de pereira, vidro, papel e metal
Medidas (cm): 117X74,7X36
Doadores: Mª Henriqueta Costa e Teodoro Lopes Coelho da Silva
Nº inventário: 538
Para todo o mundo ocidental, dezembro é, há muitos séculos, um mês envolto em religiosidade e festividades, marcado pela simbologia do Natal. A primeira celebração do Natal registada no dia 25 de dezembro data de 336 d.C. e a data foi fixada oficialmente pela Igreja Católica em meados do século IV, provavelmente como uma forma de substituir as festividades pagãs pela celebração do nascimento de Cristo. Nos nossos dias nas ruas e casas, multiplicam-se as decorações: luzes cintilantes, figuras e representações animais que evocam o Presépio, criando um ambiente de fé e celebração. Como podemos também verificar pelas iluminações e iniciativas natalícias que já tomam conta da nossa vila de Porto de Mós.
Mas, além do brilho e das celebrações, a Igreja Católica convoca os seus fiéis à oração. E por isso elegemos como peça do mês, um oratório que outrora adornava uma casa particular. Nele se guardava um crucifixo e dezasseis registos de santos (atualmente integrados no acervo municipal de Porto de Mós). Mais do que um móvel, o oratório era um elemento decorativo de harmonia e beleza, símbolo de fé, protegendo as imagens de poeira e quedas, espaço de devoção pessoal, junto ao qual se realizavam as orações familiares.
Este oratório pertenceu e foi executado por João Lopes, natural da freguesia do Juncal, concelho de Porto de Mós, que nasceu em 22 de junho de 1826 e faleceu em 1905, na mesma localidade. Registos Paroquiais do Juncal documentam pagamentos por trabalhos de carpintaria e marcenaria, o que nos leva a concluir que seria esta a sua profissão.
Além deste oratório, é atribuído a João Lopes o fabrico do Altar de S. João, da igreja de S. Miguel do Juncal (informações recolhidas por Filomena Silva Martins, sobrinha bisneta de João Lopes).
Este oratório é por isso um testemunho histórico e familiar! Refira-se ainda que o registo do trabalho de João Lopes na freguesia do Juncal, é uma memória valiosa que une património religioso e tradição artesanal. O facto de ter sido preservado e partilhado por Filomena Silva Martins, sua sobrinha-bisneta, dá ainda mais significado à continuidade da memória e da fé, neste tempo que nos faz evocar a família e a união.
Um Feliz e Santo Natal!
Museu Municipal de Porto de Mós

